Crónica de Fim de Semana No Feminino – 08 – 2011 / 2012

Crónica exclusivamente dedicada ao Feminino, Fase Final.

PO09 – Campeonato Nacional da 1.ª Divisão Seniores Femininos.

Fase Final - Resultados

1.ª Jornada

Madeira SAD 33 – 26 Colégio Gaia

CS Madeira 32 – 27 Alavarium

João Barros 31 – 17 JAC - Alcanena 

Juventude Lis 21 – 17 Maiastars "B"

CA Leça - Gil Eanes (Adiado – 05-02-2012)

2.ª Jornada

Madeira SAD 33 – 24 Alavarium

CS Madeira 28 – 20 Colégio Gaia

O grande vencedor deste fim-de-semana foi o Sports Madeira. Duas vitórias perante as 2 melhores equipas da Zona Norte afirmam a jovem formação madeirense como candidata a um lugar europeu. Aquela que era a grande lacuna desta equipa, a defesa, foi a grande razão do sucesso deste fim-de-semana. A equipa foi muito activa defensivamente, com bastante agressividade (roçando a violência em qualquer um dos jogos) e isso muda logo a eficácia do Sports Madeira. Mónica Soares foi a grande estrela da equipa, mostrando que é mesmo uma das jovens promessas do andebol português com um faro da baliza notável e Sara Gonçalves mostra que os anos não passam por ela e que é das melhores jogadoras nacionais no posto específico de ponta esquerda. No Domingo, contra o Colégio de Gaia, a vitória foi concludente e a superioridade evidenciada desde o início. Contra o Alavarium, as coisas foram bem mais complicadas e só nos últimos 10 minutos o jogo se decidiu. Excelentes exibições do Sports Madeira, a prometer muito, mas vamos ver se conseguem manter esta agressividade defensiva.

O Madeira Sad teve também um fim-de-semana com uma dupla vitória. Cumpriu a sua obrigação, mas mostrou bastantes lacunas. A alternância das guarda-redes não surtiu grande efeito e Rubi Pestana mostrou que está longe de conseguir ser opção válida para a melhor equipa madeirense. Quem mostrou que foi uma boa aposta foi Catarina Ascensão que esteve em grande plano. Cláudia Aguiar também esteve em grande nível e é talvez a jogadora portuguesa com melhor eficácia no contra-ataque. As duas pivots madeirenses são apenas as duas melhores pivots nacionais e vai ser dura a luta pelo lugar. Duarte Freitas tem muitas soluções e parece ainda estar à procura das melhores soluções, testando várias opções e esse plantel muito rico faz-nos acreditar que o Madeira Sad é o grande candidato ao título.

O Alavarium sai da Madeira com duas derrotas. Derrota normal com a Sad e derrota com o Sports Madeira a fazer ver que vai ter mais dificuldades para conseguir manter o lugar europeu. Mas pior que as duas derrotas foram as várias lesões que as suas jogadoras sofreram com destaque para as duas lesões aparentemente graves (não conhecemos o seu estado clínico) as suas 2 melhores jogadoras: Cláudia Correia (que saiu em maca a meio do jogo de Sábado e já não alinhou no Domingo) e Mariana Lopes que saiu lesionada a meio do segundo jogo. Mariana Lopes é, aliás, o grande destaque desta equipa tendo, até à sua lesão, feito um jogo notável contra o Madeira Sad mostrando que é um grande talento nacional. Referência também para Ana Marques, uma autêntica gazela no contra-ataque. O Alavarium não começa bem o campeonato e se se confirmar a perda das suas 2 estrelas por um período longo, o sonho europeu pode ter terminado.

O Colégio de Gaia foi capaz do 8 e do 80 durante este fim-de-semana. No Sábado efectuou uma excelente exibição, conseguindo equilibrar o jogo diante das favoritas ao título Madeira Sad, mas no Domingo a exibição foi paupérrima e as jogadoras não reagiram bem à agressividade (muitas vezes à margem das leis) do Sports Madeira. A equipa tem poucas soluções e isso notou-se no Domingo onde o desgaste do jogo de Sábado se fez sentir. Fernanda Carvalho é talvez a jogadora menos espectacular do campeonato mas é uma das mais eficazes. Não executa rápido mas toma quase sempre a melhor opção. Vanessa Silva é uma das raras esquerdinas atiradoras do nosso campeonato e há muito que não a víamos jogar tão bem. Quanto a Helena Soares, contraria tudo aquilo que se diz que deve ser, em termos de estrutura física, um pivot moderno, mas no Sábado fez um jogo fabuloso, embora no Domingo a sua actuação tenha sido bem mais fraca, acusando alguns problemas físicos. Ficámos com a ideia de que o Colégio de gaia poderá produzir algumas surpresas mas continuamos convictos que, pelo segundo ano consecutivo, ficarão de fora das competições europeias.

?Arrumadas? as equipas que disputaram duas jornadas este fim-de-semana, vamos aos dois encontros que falta comentar, já que o Cale- Gil Eanes foi adiado.

O Juve Lis ? Maiastars foi um jogo muito fraco de andebol. Inúmeras falhas técnicas foram a principal razão de tão mau espectáculo. Vitória justa da equipa que cometeu menos erros, mas a Juve Lis esteve muito abaixo do que vimos a época passada. Tem valido Gizelle Carvalho e Telma Amado e, sobretudo, uma postura defensiva capaz de aniquilar os ataques adversários. Mas para esta equipa voltar a repetir o 4º lugar da época passada, precisa de ter uma Inês Silva ao nível do ano transacto, o que ainda não sucedeu. Isto já sem falarmos de Diana Pereira que está uma sombra da jogadora da última época. Talvez o processo disciplinar que a FAP lhe instaurou por ter faltado, sem qualquer comunicação escrita, ao último estágio da selecção esteja a mexer com a sua confiança. Quanto ao Maiastars, voltou a equilibrar um jogo com a Juve Lis, o que é positivo. Mas uma equipa que quer ganhar jogos na fase final, não pode ter tantas falhas técnicas. Ofensivamente, a única jogadora esclarecida foi Susana Leal que é a verdadeira líder desta equipa mas que não teve a companhia que merecia. Mas os progressos defensivos da equipa da Maia são de assinalar e isso foi bem evidente neste jogo.

Por último, o Colégio João de Barros? Alcanena prometia ser um dos jogos mais interessantes da jornada, mas tal não se verificou. A primeira parte foi equilibrada, mas na segunda parte a formação das Meirinhas esmagou, por completo, a jovem formação do Jac. Uma impressionante demonstração de força do Colégio João de Barros mostrando por que razão o seu treinador as considera candidatas ao título. O enorme muro defensivo cria muitos problemas às suas adversárias e a equipa já joga junta há muito tempo, o que propicia rotinas muito importantes. Maria Pereira, Carine Lopes e Eduarda Pinheiro deram cabo da equipa de Alcanena que nunca se entendeu com as combinações ofensivas da equipa de Paulo Félix. E na baliza esteve uma Carolina Costa que não deu hipóteses. Estamos curiosos para vermos testes mais difíceis. Quanto ao Jac, mostrou ser uma equipa inexperiente mas com um potencial fantástico. Neuza Valente mostrou os seus dotes na primeira parte mas depois acabou-se a sua condição física e se perdesse algum peso seria benéfico para uma jogadora que pode conseguir atingir o nível de uma Mónica Soares ou Mariana Lopes mas precisa de perder algum peso. Outro dos problemas que a formação de Alcanena tem que resolver é a questão das Guarda-redes pois são das mais fracas do campeonato. Já tínhamos alertado para isto, fomos muito criticados, mas este jogo veio confirmar isso mesmo.

Críticos Femininos