quinta-feira, 10 de abril de 2014

P09 – Balanço da 1.ª Fase II Parte - No Feminino – 20 – 2013 / 2014

Depois de, na semana passada, termos analisado as primeiras 6 classificadas da primeira fase do Campeonato, esta semana analisamos a segunda metade da tabela. Regressamos daqui a cerca de 3 semanas com todas as novidades sobre a primeira ronda dos playoffs.

Juve Lis: Depois de um começo horrível, a equipa foi recuperando aos poucos, mas não conseguiu melhor que o 7º lugar. Foi um ano de grandes mudanças na equipa de Leira com a saída do seu treinador e de algumas das principais atletas. Defensivamente, a equipa foi melhorando bastante ao longo da época mas o seu ataque é lento e raramente conseguem fazer contra-ataques diretos, algo essencial no andebol moderno. Apesar disso, é uma equipa bastante coletiva e em sua casa capazes de se bater com qualquer adversário. A Juve Lis está longe do rendimento das outras épocas mas evitou o descalabro que parecia poder acontecer dado aquele início do campeonato e até termina a época em fase ascendente.

A estrela: Ana Gante. A possante jogadora foi a melhor jogadora leiriense desta fase. Com uma excelência compleição física, é difícil de ser travada e consegue bastantes golos, apesar do contacto. Uma das grandes promessas do andebol português precisa de jogar numa equipa com nível superior para não perder a carruagem das melhores.

As escudeiras: Patrícia Mendes e Francisca Marques. Patrícia Mendes é a outra rematadora de serviço da equipa. Excelente capacidade de tiro é pena que, ao nível das assistências, não tenha ainda dado o salto necessário para se tornar uma jogadora mais completa. Francisca Marques continua a sua evolução. É uma esquerdina com boa eficácia da ponta, embora lhe falte mais treinos para continuar a crescer como jogadora.

Previsão: 6º lugar. O fato de estar em subida de forma e de ainda não ter perdido com o Maiastars este ano, faz-nos acreditar que no duelo particular com o Maiastars pelo 6º lugar, as leirienses vão levar a melhor.

Sports Madeira: Foi a última equipa a conseguir apurar-se para os playoffs. Uma das mais jovens equipas do campeonato que muitos duvidam conseguir alcançar os playoffs mas as madeirenses acreditaram sempre. Uma equipa muito bem organizada em termos ofensivos, com algumas rematadoras interessantes e boas pontas. Em relação à época passada, baixaram um pouco o ritmo do contra-ataque apoiado mas continua a ser uma equipa que gosta de transições rápidas. Em sua casa, é sempre um adversário difícil de bater e o fato de terem alcançado a manutenção mostra bem como há espaço para duas equipas na Madeira, sendo o Sports o local perfeito para as jogadoras evoluírem antes de darem o salto para a Sad. Bom trabalho do novo treinador, Marco Freitas.

A estrela: Jéssica Ferreira. Apesar de muito irregular, nos dias bons a jovem guarda-redes é capaz de levar a sua equipa à vitória. Excelente envergadura, boa capacidade de reação e a dose de loucura normal numa guarda-redes fazem dela uma das grandes promessas do andebol português. Apesar disso, teve alguns períodos menos bons e é importante jogar numa equipa mais competitiva para ganhar mais maturidade, mas a Sad tem Isabel Góis?

As escudeiras: Mariana Sousa e Anais Gouveia. Mariana Sousa é uma versátil jogadora que tanto pode jogar na ponta como a lateral esquerdo. Tem sido a lateral que mais tem jogado no seu clube e tem um excelente sentido de baliza. Não sabemos qual será o seu posto específico no futuro, mas o talento está todo lá. Anais começou melhor do que terminou mas o balanço é bastante positivo. A jovem esquerdina tem bastante talento mas precisará de muito mais trabalho físico para conseguir resistir ao contacto, sobretudo nos jogos com as equipas mais fortes.

Previsão: 8º lugar. Não acreditamos em surpresas e este lugar já deve ser motivo de festa pelos responsáveis madeirenses.

Cale: A equipa viu partir as suas principais figuras e os playoffs pareciam impossíveis de atingir, mas a formação de Leça teve um fantástico arranque do campeonato e andou quase sempre no lugar dos playoffs, sendo relegada mesmo em cima da meta. Ofensivamente, a equipa revelava algumas soluções interessantes e era organizada, defensivamente por vezes cometeu erros infantis fruto da imaturidade da equipa. O Cale não apostava muito no contra-ataque e creio que isso foi crucial para ficar de fora dos playoffs. Vasco Ramos terá agora que motivar a sua equipa para poder escapar à permanência, algo que parece um dado quase adquirido.

A estrela: Daniela Mendes. Foi a mais regular das jogadoras de Leça. A saída de algumas das principais jogadoras abriu espaço para a jogadora formada nas escolas do clube. Com uma atitude muito intensa e com boa capacidade de remate, Daniela Mendes foi uma das boas surpresas da competição. Apesar de tudo, ainda não nos parece uma jogadora para poder dar um salto para um clube com outras ambições.

As escudeiras: Maria Rodrigues e Sara Amorim. Maria Rodrigues, ex-Sports Madeira, começou a época em grande plano. A lateral direita carregou a equipa ao colo na primeira volta, marcando golos quer de primeira linha quer através do seu excelente 1 contra 1. Contudo, o seu rendimento foi decrescendo e a segunda volta foi bastante banal para uma jogadora que pode dar muito mais. Sara Amorim também esteve irregular. A jovem alternou excelentes exibições com outras mais pálidas, mas a sua juventude também é explicação para isso. Tem excelentes reflexos mas a sua baixa estatura não lhe dá grandes hipóteses de vir a ser uma guarda-redes de topo.

Previsão: 9º lugar. O Cale, além de ser a melhor das 4 equipas que lutam pela manutenção, parte com uma vantagem pontual suficientemente grande para já estar descansada quanto à permanência na 1ª divisão.

Juve Mar: Uma das equipas muito afetadas por lesões em jogadoras determinantes, como foi o caso de Sandra Peixoto durante a maioria da época. É uma equipa muito forte a jogar no seu reduto, mas frágil fora de portas. Defensivamente, o seu 6x0 é um sistema sólido e que funcionou muito bem, tem um bom contra-ataque direto mas o contra-ataque apoiado não existe. Sem lesões poderia ter lutado pelo apuramento para os playoffs mas assim vai tentar sobreviver e manter-se no escalão máximo do andebol português.

A estrela: Teresa Santos. Depois de recuperar da lesão, foi subindo de rendimento e foi a grande responsável pela subida de produção da Juve Mar. Tem uma excelente finta um contra um e consegue também rematar com qualidade da primeira linha. Falta-lhe uma maior capacidade de assistências e defensiva para ser uma jogadora mais completa e com outra ambição. Apesar de tudo, Teresa Santos voltou aos seus melhores momentos.

As escudeiras: Andreia Martins e Ana Couto. Apesar das lesões, Andreia Martins continua e a jogar com muita qualidade. A pivot nortenha tem muita raça e uma excelente capacidade de desmarcação. Fazem falta mais Andreias Martins que continuem a jogar andebol aos 30 anos e com esta qualidade. Enquanto as lesões não a incomodaram, Ana Couto foi o rosto da irreverência da Juve Mar, com uma velocidade invulgar que lhe permitiram obter muitos golos de contra-ataque.

Previsão: 10º lugar. Prevemos que a Juve Mar vai escapar por uma unha negra à despromoção, numa batalha muito dura contra o Assomada. Acreditamos que os pontos com que parte de avanço para esta fase final serão decisivos.

Assomada: A mais estranha equipa do campeonato. Faz jogos fantásticos contra os melhores (empate com o Colégio João de Barros, derrota por 1 com o Madeira Sad no Funchal) e fraqueja nos jogos com as equipas menos fortes. Fisicamente, com um potencial enorme, taticamente um desastre. Um grande viveiro de jogadoras que não levam o andebol muito a sério. Ofensivamente, quase todas as jogadoras têm muita facilidade em finalizar, defensivamente são muito frágeis. Uma equipa completamente imprevisível.

A estrela: Edna Oliveira. Foi a mais regular das lisboetas. Fisicamente, não é das jogadoras que mais impressiona no Assomada, mas tem muita facilidade de penetração e de remate, fazendo com que seja uma jogadora bastante difícil de defender. Tem que melhorar as questões defensivas, o seu calcanhar de Aquiles.

As escudeiras: Micaela Sanches e Odete Tavares. Micaela Sanches fez uma excelente primeira volta mas tem vindo a perder fulgor. Uma atleta com uma excelente capacidade física, muito jovem e com um futuro promissor. Falta-lhe bastante visão de jogo e capacidade de assistências mas o talento está lá todo. Odete Tavares é uma das mais rápidas jogadoras do campeonato sendo exímia no contra-ataque. Uma jogadora que poderia ser muito útil a equipas de outra dimensão.

Previsão: 11º lugar. Acreditamos que o Assomada vai lutar até ao último jogo pela manutenção e que vai beneficiar com a sua subida de forma. Contudo, o atraso que traz à partida para esta fase final pensamos poder ser decisivo para a sua despromoção.

Vela de Tavira: Foi, sem dúvida, a pior equipa da competição. A impossibilidade das suas jovens jogadoras treinarem juntas (a maioria das vezes nem à Sexta feira) fez com que a equipa não evoluísse ao longo da época, o que é pena dado serem jogadoras jovens e com algum talento. A equipa até é bastante criativa no ataque, com assistências muito interessantes da sua primeira linha, mas fisicamente são muito débeis e falta muita agressividade defensiva.

A estrela: Marta Faleiro. Foi a mais regular das jogadoras algarvias. Mesmo sendo destra, adapta-se muito bem à posição de lateral direita e tem facilidade em encontrar espaços para remate. Tem uma boa visão de jogo, mas falta-lhe desenvolver-se mais fisicamente para ganhar poder de choque e precisa de melhorar defensivamente.

As escudeiras: Mariana Faleiro e Joana Reis. Mariana Faleiro é uma das mais criativas jogadoras nacionais, com uma excelente visão de jogo. Precisa, por vezes, de jogar mais simples e não adornar tanto os seus lances e, tal como a irmã, melhorar do ponto de vista físico. Joana Reis esteve lesionada quase metade da época mas quando regressou mostrou a sua principal qualidade que é o poder de remate da primeira linha. Precisa de melhorar em termos de tomada de decisão. Veremos se, na fase final, aparecerá em grande tentando ajudar a sua equipa na luta pela manutenção.

Previsão: 12º Lugar. O facto de ter sido a equipa com pior desempenho do campeonato e partir com menos pontos de todas as que participam na fase de despromoção, faz-nos acreditar que irão terminar na cauda da tabela.

Críticos Femininos

1 comentário:

  1. interessante os habitues do feminino hoje não dizem nada, nem se ofendem uns aos outros, será que ganharam juizo, eu não acredito, e daqui a pouco já vamos ver.

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