Crónica de Fim de Semana No Feminino – 02 – 2012 / 2013

Crónica exclusivamente dedicada ao Feminino.

PO09 – Campeonato Nacional da 1.ª Divisão Seniores Femininos.

1.ª Fase – 1.ª Jornada - Resultados

João Barros - Juventude Lis (Adiado – 11-11-12)

Santa Joana 19 - 20 CA Leça

JAC - Alcanena 27 - 19 Passos Manuel

Maiastars 27 - 21 Juventude Mar

Madeira SAD 38 - 24 CS Madeira

Colégio Gaia 24 - 29 Alavarium

Começou o campeonato! E antes de entrarmos na crónica dos jogos, queremos deixar um destaque negativo e um positivo.

Como na última época, nunca falaremos do trabalho dos árbitros. Infelizmente, a blogosfera está cheia de críticas aos árbitros. Fala-se mais de árbitros do que andebol e nós, críticos do feminino do Banhadas, temos como regra falar dos artistas  - as jogadoras e treinadores. Mas sobre critérios da FAP temos que falar.

Temos sido bastante defensores da actual direcção da FAP. Tem mostrado uma preocupação com o andebol feminino como há muitos anos não se via. Aumento da diária das jogadoras na selecção, audição dos clubes para a definição do modelo do campeonato, transmissões de jogos na FAP TV, entre outras coisas. E uma das medidas que aplaudimos foi a FAP ter anunciado aos clubes que a PO9 seria a segunda prioridade em termos de arbitragem, logo a seguir à PO1, ao contrário do ano passado que via a PO2, PO4 e até a PO6 passar-lhe à frente.

Por isto, o nosso ponto negativo desta semana é para a nomeação de uma dupla de nível 2 para um jogo do campeonato. Não vamos falar sobre a dupla em si (Bruno Valinho/Márcio Branco) nem sobre o trabalho no jogo. Não é isso que está em causa. O que está em causa é que havendo 8 duplas de nível 4 e 12 duplas de nível 3, num total de 20 duplas, sendo que havia 5 jogos da PO1 e 5 jogos da PO9 não nomearam nenhuma dessas 20 duplas para um dos jogos da PO9. E perguntamos nós se isso acontecesse com a PO1 se não caía o Carmo e a Trindade? Ou seja, aceitamos que a PO1 seja prioritária, mas meus senhores, se a PO9 vem a seguir não podem colocar árbitros de terceira categoria. A FAP está no bom caminho mas tem que ter em atenção estas coisas?

O aspecto positivo da semana é a presença de público. Com excepção de Alcanena, todos os jogos tiveram muito público. Na Madeira, mais pessoas que o habitual, na Maia bastante público como já é habitual e nos recintos do Colégio de Gaia e Santa Joana excelentes assistências. Este ambiente promove o espectáculo e aumenta o interesse da competição.

O jogo mais equilibrado da jornada opôs o Santa Joana e o Cale, a equipa da casa subiu “administrativamente” e a equipa de Leça assegurou a manutenção no grupo de repescagem por causa do alargamento. Foi um mau jogo de andebol, mas o equilíbrio, intensidade e emotividade acabaram por tornar a partida bastante interessante. O Cale começou bem melhor, mas na segunda parte perdeu essa vantagem e assegurou essa vantagem a 10 segundos do final, numa altura em que estavam em inferioridade numérica. Um erro infantil de desconcentração defensiva do Santa Joana que custou caro. A equipa de Leça praticou um andebol sem imaginação, onde apareciam de quando em vez a esquerdina Nádia Lemos e a jovem Sofia Mota a conseguirem alguns pormenores interessantes, mas com uma Ana Paula Costa muito abaixo do ano passado. Mas a grande figura do encontro foi a sua jovem Guarda-Redes Sara Amorim que fez uma exibição excelente. Dos novos reforços, Gilvaia não jogou, Laura Alves jogou na ponta esquerda sem aparecer no jogo e a pivot Ana Carneiro mostrou bons pormenores mas tem uma agressividade que lhe vai valer muitas exclusões. Quanto ao Santa Joana, a equipa teve a ausência de vulto de Maria Domingues (lesionada?) mas teve uma Mariana Regadas ao seu melhor nível, marcando golos e fazendo boas assistências. A troca da Guarda redes Rita Monteiro por Ana Lopes foi também essencial para a melhoria da equipa da Maia que merecia melhor sorte pela forma como conseguiu dar a volta ao jogo.

Na Madeira, pelo contrário, tivemos o jogo mais desequilibrado da jornada. A primeira parte foi um verdadeiro massacre, bem longe de alguma luta que o Sports Madeira conseguia dar na época passada à SAD. A saída de algumas jogadoras do Sports fragilizaram a equipa mas continua a ter bons valores, só que o seu técnico precisa de algum tempo para reconstruir a equipa. Salvou-se do naufrágio Sara Gonçalves, uma ponta que não parece ver os anos a passar por ela tal a regularidade exibicional, época após época. Já as campeãs nacionais mostraram o porquê de serem as grandes (e únicas?) candidatas ao título. Ritmo absolutamente vertiginoso que cria muitos problemas aos adversários. Ana Temtem mudou de equipa e parece ter-lhe feito bem pois está a render muito mais do que no ano passado e Cláudia Aguiar continuar imparável nos contra-ataques. Alguma desilusão na estreia de Mónica Soares que parece bem longe do que lhe vimos fazer o ano passado. Uma nota final para Isabel Góis: Uma Guarda-redes desta é meio caminho andado para se ganhar um campeonato.

Em Alcanena, o JAC recebeu o recém-promovido Passos Manuel e o jogo foi menos equilibrado do que se poderia pensar. A equipa lisboeta apresentou um andebol muito previsível em que apenas Cátia Santos se destacou. Não é uma jogadora rápida mas é bastante eficaz com o seu corpo possante. Já Maria Suaré esteve abaixo do que pode fazer, apesar do seu poder de fogo da primeira linha. Mas este Passos precisa de se adaptar ao ritmo de primeira divisão para render mais. Quanto ao JAC, estiveram bem melhor defensivamente do que é habitual. Patrícia Rodrigues, depois da excelente exibição na selecção, está com a confiança em alta e é incrível uma atleta daquela idade jogar ao nível a que o está a fazer actualmente. Também Neuza Valente esteve muito pujante ao nível dos remates e não podemos esquecer que a baliza do JAC esteve muito bem guardada, o que nem sempre acontece. Como prevíramos, vai ser uma equipa que vai dar o salto este ano.

O Maiastars recebeu uma Juve Mar muito desfalcada. A equipa de São Bartolomeu do Mar não jogou com nenhuma das suas 3 melhores jogadoras da época transacta: Andreia Escrivães decidiu não jogar esta época e Teresa Santos e Sandra Peixoto continuam lesionadas, pelo que é impossível competir a este nível sem elas. Valeu a experiência da pivot Andreia Martins que, apesar da sua veterania, não sabe jogar mal. Quanto ao Maiastars, parece ser uma equipa com melhores soluções do que na época passada. A lateral Renata Pereira começa a época numa excelente forma, mostrando que não foi por acaso a boa época transacta. As suas pontas estiveram muito eficazes, quer Ana Silva quer Dulce Oliveira que parece ter deitado para trás a sua praga de lesões. Um dos seus reforços, Ana Sampaio, esteve em muito bom nível e mostrou que pode ser uma mais valia para a formação da Maia. A equipa consegue sair muito bem em contra-ataque apoiado e o seu muro defensivo complica muito a tarefa das equipas que não têm atiradoras, como é o caso da Juve Mar. O Maiastars tem tudo para fazer uma época tranquila.

Por último, o Colégio de Gaia recebeu o Alavarium naquele que se previa ser o jogo mais equilibrado da ronda. A equipa da casa teve uma vantagem considerável na primeira parte, mas depois revelou uma incapacidade ofensiva confrangedora. Vanessa Silva bem remava contra a maré com remates muito potentes de primeira linha e é difícil de compreender como esta atiradora esquerdina não está na selecção nacional. Helena Soares fez o que sempre faz: jogar bem. Mas é triste ver que a equipa de Paula Castro não consiga apresentar 7 jogadoras de qualidade em campo, revelando o declínio da formação. Quanto ao Alavarium, ainda sem Rita Alves, mostrou uma capacidade defensiva bastante grande com os seus dois reforços, Viviana Rebelo e Soraia Fernandes, a constituírem dois muros difíceis de superar. Cláudia Correia esteve naqueles dias em que é difícil travá-la e Filipa Fontes muito inteligente a liderar o jogo das aveirenses e com a atiradora Mariana Lopes motivada pela sua estreia como internacional A. Mas foi a entrada da Guarda redes Diana Roque que virou o jogo com uma segunda parte em que encheu a baliza. Cansa ver esta equipa jogar tal a velocidade com que saem para contra-ataque, embora nem sempre bem.

O Dérbi leiriense entre CJB e Juve Lis foi adiado devido à participação da formação de Pombal nas competições europeias. Para a semana, cá estaremos para vos trazer as novidades, esperemos que com o mesmo entusiasmo do público e sem árbitros do nível 2.

Críticos Femininos