Analise Das Equipas da PO01 – VI

Dando continuidade a analise publicada na semana anterior, hoje efectua-se nova publicação. Será de todo o interesse referir, que estes textos reflectem a opinião dos autores, e pretendem ser efectuadas com um princípio de equidade, sem pretender de qualquer forma defender, atacar ou promover qualquer clube ou atleta.

SC HORTA

O SC Horta será porventura o caso mais paradigmático de um clube que vive sem um planeamento a longo prazo minimamente definido. Percebe-se que todos os anos, as mexidas no plantel acontecem com grande frequência, sem grande critério e com o intuito de atingir o único objectivo que publicamente se conhece: presença na Fase Final do campeonato. A nosso ver, grande parte do problema reside no treinador, Filipe Duque, que parece ter crédito ilimitado por parte da direcção e nos últimos anos tem-se limitado a reunir conjuntos de atletas com dois perfis distintos: ou jogadores estrangeiros, caros e de idade avançada que vêem na ilha do Faial um razoável destino para dar os últimos “toques” ou atletas nacionais de nível razoável que saem de clubes “maus-pagadores” e que, regra geral, chegados aos açores descem abruptamente o seu nível exibicional (caso de Nélson Pina que ainda à um ano fazia parte das escolhas do seleccionador).

A época do SC Horta foi um fracasso em todas as frentes: falharam em todas as competições e não atingiram nem mostraram poder vir a atingir um nível de jogo aceitável. A manter-se a tradição, para a próxima temporada prepara-se mais uma mão cheia de “reforços”, que, nas mesmas circunstâncias, obterão certamente os mesmos resultados que os anteriores. Ao Horta faz falta aquilo que porventura o Madeira SAD terá de melhor: uma dupla (Carlos Pereira e Paulo Fidalgo) que, funcionando de forma sintonizada possa garantir a estabilidade e a progressão sustentada da equipa. Nas ilhas, onde já não abundam os recursos como outrora, mas onde ainda se vive com mais folga que em muitos outros locais, um treinador capaz e uma direcção forte são garantia de resultados, assim haja a sensatez de não entrar em devaneios tipo Aleksandr Maksic…

Balanço: Como referido, um rotundo falhanço. O clube, por limitações orçamentais não pode gastar mares e fundos mas pode e deve fazer bem melhor. A solução só pode passar por uma reestruturação profunda a nível de treinador, equipa, princípios de construção de plantel etc etc

XICO ANDEBOL

A ideia de manter um clube com o principio de não remunerar de alguma forma qualquer atleta à primeira vista pareceu arriscada. No final da época passada parecia brilhante. No final da presente temporada já só parece razoável. Verifica-se que no ano de estreia deste clube, houve um conjunto de factores que potenciou largamente as hipóteses de sucesso. Um lote de atletas jovens, que vinham crescendo juntos e sob os mesmos princípios de jogo ao qual se juntaram valores como José Ricardo Costa ou Ivo Silva, com um treinador que, conhecendo bem a casa, e tendo nos mais jovens a personificação das suas ideias de jogo deu bom resultado. E com os bons resultados vieram as propostas para esses atletas, que entre um clube acolhedor mas que não empresta grandes condições e projectos mais ambiciosos (e com retorno financeiro) escolheram facilmente a segunda via. Para este ano tentou-se partir dos mesmos princípios mas a fonte de talentos não jorra ininterruptamente nem à ordem de 4/5 atletas ano com capacidade para jogarem ao mais alto nível. Assim resta ao Xico recriar-se, mantendo a identidade, e afirmando-se como clube-montra para jovens do ABC ou FC Porto. No entanto, resta saber se o orgulho das gentes de Guimarães permitiria que o clube fosse quase um satélite. Para já o que sabemos é que até a Fafe vai ser difícil ir buscar jogadores visto que já não existe o aliciante de jogar em divisões superiores.

Balanço: A época 2009-10 não poderia servir de exemplo para as ambições deste ano. A luta pela permanência foi desde cedo a realidade para a qual o clube se viu empurrado, e diga-se, conseguiram assegurar com relativa tranquilidade. O certo é que o Xico terá de encontrar forma de se proteger pois se qualquer atleta que se destaca, sai, o clube não encontrará nunca a estabilidade necessária para crescer.

Grupo de Analistas