Crónica de Fim-de-semana – 01 – 2014 / 2015 – I

Começou como é hábito, o normal e regular desenvolvimento da época desportiva nacional, teve o seu início com a principal prova do calendário nacional (PO01- Campeonato Nacional da 1.ª Divisão Seniores Masculinos). Que sofreu uma profunda alteração no seu modelo competitivo, e já por nós aqui referido. 

 

Regressando assim as nossas habituais crónicas de fim-de-semana, em princípio teremos o modelo da época transacta, separando as provas, sempre que se justificar, e criando crónicas intermédias quando se julgar conveniente. Esta primeira crónica será incompleta, apenas pelas vicissitudes e originalidades que a nossa modalidade comporta. Pois existiram encontros adiados, que não foram devido a provas Europeias o que seria absolutamente normal, mas por motivos desconhecidos ou por conveniência. 

 

Apenas haverá análise às arbitragens nos jogos em que estiveram presentes colaboradores. 

 

Aproveitamos para desejar que as duplas de arbitragem que venham a dirigir jogos nesta prova (igualmente nas outras, como será logico), tenham uma época positiva e que as suas atuações contribuam para que as provas tenham um elevado grau de disciplina. 

 

Notas 

• Parece-nos que andamos as voltas com os delegados, pois desta vez todos os jogos tem pelo menos em teoria e pelo que nos é dado a ler no sítio da FAP delegados em todos os jogos. Pois por aquilo que os meus “passarinhos” dizem e que consta, não existirão delegados em todos os jogos, motivos são completamente desconhecidos até ao momento, pois segundo as circulares emitidas pelo CA, apenas existiram ações de formação para observadores. Ou como alguém já disse, as provas prestadas na última ação de formação, são de tal forma negativas, que o CA cumpriu e não nomeou, se assim foi os nossos parabéns. No entanto este tema deverá ser tratado com algum cuidado, para se evitarem critérios demasiados “regionalismos”, o que significa, que os clubes passarão a “levar” sempre com os mesmos, e porque não os próprios delegados a “levarem” sempre com os mesmos clubes. No nosso entender deve haver um total esclarecimento do que se irá passar. 
 
• Repetimos aqui tudo o dissemos na época anterior, pois deveria esclarecer-se quais são as verdadeiras funções destes elementos. Pois até ao momento, nem no sitio da FAP, nem nenhum CO, publicou ou foi publicado qualquer texto, onde sejam especificadas as suas funções.
 
• Mas tal como foi dito na crónica da Super Taça no Feminino, não se compreende a ausência de Oficiais de Mesa, e a presença a efetuar as suas funções de árbitros ou duplas de árbitros, realizando-se jogos com apenas um elemento na mesa, o que no mínimo consideramos surrealista, e com a gravidade de alguns terem realizado longas deslocações. Mais uma originalidade!!! 
 
• Saúda-se o aparecimento de mais um canal (de Clube) a transmitir jogos, esperando-se no entanto que melhore a sua qualidade e não existam tantas interrupções durante o encontro, por agora atribuímos o facto á sua “juventude”, estamos certamente a falar do Canal Sporting, tal como se saúda como positiva as diversas Transmissões da Andebol TV. 

• As estatísticas diretas aos jogos obtêm-se a partir, segundo o que nos é dado a perceber, através de um banner criado no próprio sítio da FAP, o que é uma iniciativa de Louvar (Match Center). E acrescentamos pelo que vimos este fim-de-semana têm qualidade, assim seja para o resto da prova. 

PO01 – Campeonato Nacional da 1.ª Divisão Seniores Masculinos.

1.ª Jornada – Resultados

Águas Santas 25 – 25 ABC
Benfica 29 – 23 Xico Andebol
Belenenses 20 – 24 Madeira SAD
Sporting 35 – 25 Santo Tirso
Passos Manuel 23 - 33 FC Porto
Dia 20-09-14

SC Horta - Ismai (21H00)

 

A prova iniciou-se com três (3) jogos em simultâneo, e todos a merecerem honras de transmissão, uma situação que como várias vezes dissemos deveria ser ponderada pelos responsáveis. Mas o jogo que despertava mais atenções nesta jornada até pelo historial das duas equipas era o Águas Santas / ABC, que terminou numa igualdade. Cabe aqui recordar ás sabias palavras de alguém que já nos deixou (Donner), e que disse em tempos, de que este campeonato estava dividido em dois pelo menos os ricos e os outros e assim nos parece que vai ser. No entanto a grande surpresa até ao momento, verificou-se no Acácio Rosa, esse mítico pavilhão da modalidade que já viveu melhores dias (apenas cerca de 100 espectadores), no jogo Belenenses / Madeira SAD, O jogo foi de tal forma que surpreendentemente a equipa Insular vencia ao intervalo (14-7), diferencial impensável até para os mais otimistas. Os madeirenses apenas tiveram que fazer uma completa gestão do resultado nos segundos 30 minutos, onde a equipa do Restelo, jogou mais co o coração do que com a cabeça. Notando-se nitidamente a falta de laterais que possam resolver jogos, pois a 1.ª linha foi completamente inoperante. O regresso de João Pinto (4 golos – 2 de 7 metros), é completamente insuficiente, e mesmo assim juntamente com o central Vasco Pinto com igual número de golos foram os melhores marcadores da equipa. De destacar pela positiva a atuação de João Lino na Baliza azul com 45% de eficácia. Na equipa madeirense o reforço Daan Garcia com 6 golos foi a sua grande figura, muito bem acompanhado por Nuno Silva (2 golos) a jogar e a fazer jogar, com excelentes assistências. Na Luz disputou-se o Benfica / Xico Andebol, onde a equipa primodivisionária, realizou o seu primeiro jogo da prova e não desiludiu, diante um Benfica que se apresentou com a sua juventude, e com os seus reforços, no entanto com um deles bastante limitado (Javier Borragan), e onde a ausência de Cláudio Pedroso foi demasiado notória, e começa mais uma época limitado fisicamente. A equipa lisboeta no entanto comandou o encontro e o marcador durante os 60 minutos, nunca a sua superioridade esteve em causa, enquanto a equipa do Xico Andebol, demonstrou que não irá ser uma equipa fácil, e que poderá causar alguns dissabores, a equipas que se consideram potencialmente superiores. O resultado ao fim dos 30 minutos iniciais (15-11 a favor do Benfica), já era indicativo do que seria o jogo. Na equipa lisboeta assistiu-se a um Vicente Alamo desinspirado (9% de eficácia), e a um José Costa (6 golos), que se apresentou com a sua garra e eficácia usual (100%), em termos de arcadores Elledy Semedo com 5 golos foi o que mais se aproximou, mas a sua eficácia é manifestamente baixa (42%), já João Pais e Antonio Areia ambos com 4 golos estiveram sempre em nível apreciável. No Xico Andebol, total destaque para o jovem João Santos com 7 golos e melhor marcador da sua equipa e do jogo, muito secundado por André Caldas (5 golos), e um destaque ainda para o seu guarda-redes Pedro Carvalho (28% de eficácia). No Casal Vistoso em Lisboa, disputou-se o Sporting / Santo Tirso que terminou com a vitória da equipa de Lisboa. 

 

Águas Santas 25 – 25 ABC

 

No pavilhão do Águas Santas que se encontrava, razoavelmente composto de público, assistiu-se a um verdadeiro jogo de campeonato, com constantes alterações no marcador, no estilo “agora comando eu agora comandas tu”. O Águas Santas que se apresentou com uma equipa bastante remodelada, embora o seu núcleo forte se mantenha, e que começou com uma defesa em 5x1, que resultou em pleno e rapidamente adquiriu uma vantagem de 3 golos, aos 6 minutos de jogo (4-1), permitiu posteriormente ao ABC que se apresentou com praticamente a mesma equipa da época anterior, com apenas dois dos seus reforços, curiosamente um deles “dispensado” precisamente pelo seu adversário (Eduardo Salgado), foi recuperando e aos 12 minutos de jogo já se encontrava na frente do marcador (6-5), obrigando Paulo Faria a solicitar um Time-OUT, quando estavam decorridos escassos 13 minutos. Mas o equilíbrio foi sempre uma constante, atingindo-se o intervalo com uma igualdade a 13 golos, que era um “espelho” correto do que se tinha passado no terreno de jogo. Nos segundos 30 minutos, a equipa da Maia, chegou a estar na frente do jogo com um diferencial de 4 golos, estavam então decorridos cerca de 53 minutos de jogo, mas esqueceram-se que jogos têm 60 minutos, e permitiram uma recuperação ao ABC, que terminou a 15 segundos do fim através da conversão de um livre de 7 metros, após uma sequência de ataques perdidos de um e do outro lado. O ABC fez um parcial de 4-0 nos últimos 5 minutos. Na equipa maiata, mais uma vez, o grande destaque vai para os 11 golos marcados por Pedro Cruz, que ainda fez 5 assistências para golo, e em termos de campo foi muito bem secundado por outro “veterano” da equipa Jorge Sousa com 6 golos, já que na baliza teve um Telmo Ferreira que apesar de apresentar uma baixa eficácia (16%), foi em determinados momentos do jogo a sua grande figura. No ABC, teremos de destacar Fábio Vidrago com 5 golos mas todos de uma oportunidade inquestionável, embora o melhor marcado da equipa tenha sido João Paulo Pinto com 6 golos, não podemos esquecer o trabalho em especial defensivo de Ricardo Pesqueira, que esteve muito acima dos seus colegas (na nossa opinião), Humberto Gomes (26% de eficácia), não esteve nos seus dias, poderá parecer uma incoerência da nossa parte em termos comparativos com Telmo Ferreira, mas é somente uma opinião. Dirigiu o encontro a dupla lisboeta António Trinca / Tiago Monteiro, de quem tinhas gostado em Viseu, mas que no jogo de hoje apresentou um critério completamente desequilibrado em termos disciplinares, e nas faltas dos atacantes pura e simplesmente esteve ausente. 

 

Sporting 35 – 25 Santo Tirso 

 

No Casal Vistoso o Sporting defrontou um estreante na PO01 o Ginásio de Santo Tirso, num encontro onde as facilidades esperadas por parte da equipa lisboeta, não se concretizaram em especial durante os 30 minutos iniciais, onde a equipa do Ginásio, soube contrariar e bem o jogo ofensivo da equipa do Sporting, e atacar as fortes “brechas” defensivas da equipa lisboeta, onde Ricardo Candeias neste período, também não esteve nos seus dias. E com esta forma de atuar, que nos deu a sensação de excesso de confiança, o Sporting chegou ao intervalo a vencer por apenas 3 golos (18-15), com o último golo a ser marcado pelo cubano Frankis Carol, mesmo sobre o términus do 1.º tempo. Neste período sobressaiu o guarda-redes do Ginásio Carlos Amaral com excelentes e oportunas intervenções, e para o reforço vindo Águas Santas Mário Lourenço, que uma produção de jogo bastante positiva. Nos segundos 30 minutos tudo se modificou, Ricardo Candeias, regressou em pleno, Ricardo Correia defende 3 em 4 livres de 7 metros, a defesa do Sporting melhora substancialmente o que permite a execução de vários ataques rápidos e de contra ataques puros, somando a isto tudo a nítida quebra física dos homens de Santo Tirso, onde o lateral Daniel Costa (8 golos) sobressaiu com a sua atuação e com o número de golos concretizados, seguido de muito perto por Mário Lourenço com 5 golos. Uma referência para o aproveitamento que o Sporting fez das suas inferioridades numéricas, pois marcou sempre, com especial incidência aos 45 minutos de jogo. Como de costume Pedro Portela com 9 golos e Pedro Solha com 8 golos, foram os marcadores de serviço, muito bem acompanhados por Frankis Carol com 6 golos. Um dos grandes reforços da equipa do Sporting, apenas marcou 2 golos, precisamente os dois últimos, e esteve muito pouco tempo em campo. Uma referência pela negativa para o fraco jogo realizado por Fábio Magalhães, dando a sensação em determinados momentos do jogo, que está completamente alheado mesmo. O encontro foi dirigido pela dupla IHF madeirense Duarte Santos / Ricardo Vieira, que produziu trabalho que poderia e deveria ser mais positivo, pois na nossa opinião esteja a exagerar na sanção progressiva, e registou algumas falhas na falta do atacante, e não se podem homologar golos em violação da área dos 6 metros (o 21.º golo do Ginásio aos 47 minutos de jogo). Não se entende a figura do delegado ao jogo, pois foram sistemáticas as violações da área técnica dos treinadores e da sua parte ninguém viu qualquer atuação.

Passos Manuel 23 – 33 FC Porto

Disputou-se no pavilhão da Quinta de Marrocos, que se encontrava muito bem composto de público, em relação ao que normalmente regista a equipa do Passos Manuel nos seus jogos disputados naquele recinto. O FC Porto que fez a sua primeira deslocação a Lisboa para disputar este encontro relativo á 1.ª jornada, depois de ter falhado o apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões, Apresentou-se nos 20 minutos iniciais muito desconcentrado e com grande precipitação nas suas ações atacantes, o que permitiu a um Passos Manuel a jogar pelo “seguro”, e muito certinho, equilibrar o jogo, chegando até comandar o marcador, mas a partir dos 20 minutos, parece que o FC Porto para o jogou e o Passos Manuel parece que acabou o seu jogo, e desta forma o FC Porto atinge o intervalo a vencer por 14-10. Nos segundos 30 minutos, tudo mudou o FC Porto fez valer a sua maior experiencia e poderio e aos 40 minutos já vencia por 10 golos de diferença, 25-15, fruto de uma grande melhoria no seu processo de defensivo, e na execução de excelentes ações de contra ataque, chegando ao maior diferencial durante o encontro (11 golos) cerca dos 46 minutos, com a equipa do Passos Manuel a já nem defender, tendo perdido todo o seu fulgor e a evidenciar uma deficiente condição física em relação ao seu adversário, apesar da excelente exibição que o seu guarda-redes o jovem Miguel Espinha realiza, mas demonstrava que era insuficiente, pois os ataques já eram sem nexo e sem calma. O FC Porto a partir deste momento começou a fazer uma completa gestão do seu plantel, demonstrando mais uma vez que continua (na nossa opinião) servido por um excelente técnico. No FC Porto de destacar mais uma vez as excelentes prestações dos seus dois guarda-redes Hugo Laurentino e Alfredo Quintana, e ainda de João Ferraz e de Daymaro Salina ambos com 6 golos. No Passos Manuel do guarda-redes já referido Pedro Sequeira e o pivot David Pinto com 5 golos, foram os mais produtivos, Ricardo Barrão (4 golos) e Belone Moreira (3 golos) apresentaram um rendimento abaixo do esperado. Dirigiu o encontro realizando o seu jogo na jornada a dupla lisboeta António Trinca / Tiago Monteiro, que apesar de o número de exclusões parecer algo exagerado para o jogo em questão (15), foram todas na nossa opinião plenamente enquadradas no espirito das regras, anotamos apenas ligeiras falhas na lei da vantagem e numa ou outra falta do atacante, estando bem melhores do que no jogo realizado em Águas Santas.

O Banhadas Andebol