Crónica de Fim de Semana No Feminino – 17 – 2012 / 2013

Crónica exclusivamente dedicada ao Feminino. 

PO09 – Campeonato Nacional da 1.ª Divisão Seniores Femininos.

1.ª Fase

20.ª Jornada

Juventude Lis 23 - 18 Maiastars

Passos Manuel 26 - 20 Santa Joana

João Barros 28 - 16 Juventude Mar

JAC-Alcanena 28 - 24 CA Leça

CS Madeira 33 - 28 Colégio Gaia (Antecipado)

Madeira SAD 37 - 22 Alavarium (Antecipado)

 

Foi um fim-de-semana pouco interessante no Campeonato. Apenas 4 jogos, nenhuma surpresa e nenhum jogo capaz de entusiasmar pela qualidade ou emoção.

 

O Juve Lis / Maiastars talvez tenha sido o jogo mais interessante da jornada. A equipa da Maia estava a tentar dar um “pontapé na crise” e equilibrou a primeira parte, fruto de um bloco defensivo muito coeso e de uma preocupação enorme com a pivot da Juve Lis, cortando a importante ligação entre a 1ª e 2ª linha da equipa leiriense. Mas na segunda parte veio ao de cima as fragilidades ofensivas do Maiastars, jogando um andebol arcaico, com combinações de há 20 anos atrás e contra uma boa defesa como a da Juve Lis, não há qualquer hipótese, sobretudo quando não contou com o motor da sua equipa Susana Leal. A contestação do Maiastars às duplas de arbitragem tem subido de tom e este comportamento dos seus responsáveis está a prejudicar claramente a equipa, intranquilizando-a. Longe vão os tempos em que o Maiastars era um exemplo de postura no banco. O Maiastars tem agora 2 jogos decisivos e vamos ver como responde a equipa. Quanto à Juve Lis, uma primeira parte sem chama mas na segunda parte, a sua eficaz defesa e a exibição da sua Guarda-redes fez a diferença e conseguiu resolver um jogo que esteve bastante complicado. A equipa parece pouco solta a atacar e valeu a potência de Ana Gante para resolver os problemas que o Maiastars colocou com a marcação implacável às suas pivots. A Juve Lis está praticamente certa no 4º lugar desta fase pois para ir ao 3º lugar precisava de vencer os últimos 2 jogos e o Colégio João de Barros perder também esses 2 últimos jogos, o que é de todo improvável. 

 

O Colégio João de Barros / Juve Mar foi um jogo mais equilibrado do que o resultado final transparece. A Juve Mar conseguiu equilibrar o jogo durante uma boa parte da partida, fruto de um esquema defensivo bem urdido e muito bem executado, o que limitou bastante as acções ofensivas do seu adversário. Mas falta à Juve Mar jogadoras que desequilibrem no ataque. Teresa Santos apareceu, a espaços, mas é pouco quando se joga contra uma das melhores equipas nacionais. Ainda assim, mais uma exibição competitiva de uma equipa que entra para as duas últimas jornadas com o sonho dos “playoff” ainda bem vivo. O Colégio João de Barros não fez uma boa exibição, mas a sua consistência defensiva salvou-o de sustos e teve uma reaparecida Eduarda Pinheiro em bom plano, hesitando muito menos do que é habitual na hora de rematar à baliza. Maria Pereira, com alguns pormenores, voltou a fazer a diferença mas é Dulce Pina que “ quase sem treinar “ dá um toque diferente a esta equipa que partiu para o campeonato com o estatuto de candidato ao título e procura agora recuperar esse estatuto.

 

Em Alcanena, o Cale disse adeus às ténues esperanças que tinha em se apurar para os playoffs. Nunca comentamos arbitragens na nossa crónica e não é desta vez que o vamos fazer (apesar da qualidade de algumas nomeações, como deste jogo, ser contra tudo aquilo que defendemos) mas, à semelhança do Maiastars, os responsáveis da equipa de Leça centram vezes demais as suas atenções durante os jogos na contestação à equipa de arbitragem do que na própria equipa. Agora que os “playoff” passaram a ser uma miragem e que o objectivo a que se propuseram no início da época falhou, Vasco Ramos deve tentar fazer uma avaliação e perceber se isso aconteceu por causa dos árbitros ou por causa da falta de adesão aos treinos de muitas das suas atletas, devendo também rever a política de aquisições que foi um falhanço total. Terá necessidade o Cale, um excelente clube de formação, de ir buscar atletas de qualidade duvidosa? Quanto ao JAC, exibição sólida com as suspeitas do costume em destaque mas não nos cansamos de ver actuar Patrícia Rodrigues que tem a inteligência de uma veterana e a ambição de uma jovem da sua idade. O Jac tem agora duas finais pela frente e quer vencer pois isso significaria enfrentar na primeira ronda dos playoffs a Juve Lis, equipa com quem o JAC se poderia bater.

 

Finalmente, mais uma derrota do Santa Joana. Marlene Pinto não viajou até Lisboa e sem Maria Domingues (parece confirmar-se o seu abandono da equipa) é praticamente impossível triunfar, sem as suas duas melhores jogadoras. Apesar de tudo, a equipa fez um jogo bastante interessante, bateu-se bem, mas é pouco para uma 1ª Divisão. Este campeonato tem sido marcado por uma constante incerteza mas das poucas coisas que nos parece haver poucas dúvidas é que o Santa Joana será uma das equipas que desce de Divisão. Os responsáveis do clube deverão pensar no futuro com um treinador com provas dadas no feminino e se o Santa Joana é o clube que melhor paga aos seus técnicos, tem condições para tal. Quanto ao Passos, uma vitória que já vinha justificando há alguns jogos e o grande destaque vai para Carolina Santos que, depois da grave lesão, termina esta fase num grande momento de forma. O Passos Manuel de hoje nada tem a ver com a equipa insípida do início da época e tal deve-se não apenas a Carolina Santos mas, sobretudo, à enorme mudança de atitude defensiva. O Passos ainda vai a tempo de se salvar da descida e, ao contrário das outras equipas, melhora de dia para dia. Chegará para se manter entre os grandes do andebol português?

 

Críticos Femininos