Crónica de Fim de Semana no Feminino 22 – Play OFF

Crónica exclusivamente dedicada ao Feminino.

PO09 – Campeonato Nacional da 1.ª Divisão Seniores Femininos.

Play Off - 1/8 Final
1.ª Mão
Maiastars 23 - 39 Alavarium
Colégio Gaia 19 - 26 Madeira SAD
CS Madeira 25 - 28 João Barros
JAC-Alcanena 28 - 30 Juventude Lis

Grupo "B"
1.ª Jornada
Dia 06-04-13
Santa Joana 37 - 33Passos Manuel
CA Leça 25 - 26 Juventude Mar

 

Começou a grande festa dos play-off! E pode dizer-se que começou da melhor forma, com jogos bastante equilibrados, muita emoção, muitos espectadores nas bancadas e até o regresso inesperado de uma das melhores jogadoras do passado do andebol português. Este pode ser um modelo que não premeie a regularidade mas é, sem dúvida, o modelo que traz emoção e espectadores aos pavilhões até à final.

 

O encontro mais aguardado desta primeira ronda era o JAC / Juve Lis e o encontro correspondeu a todas essas expectativas. Um jogo de grande intensidade, muito equilibrado e onde foi preciso um prolongamento para determinar o vencedor deste jogo 1 da eliminatória. O JAC ainda deve estar a pensar como deixou escapar esta oportunidade de se colocar em vantagem desta eliminatória. A equipa de Alcanena fez um excelente jogo, saudando-se o regresso de Neuza Valente às grandes exibições. E quando alguém consegue acompanhar Patrícia Rodrigues nas grandes exibições, o JAC torna-se uma equipa temível. A equipa defendeu bem, mas faltou-lhe a maturidade para segurar a vantagem nos instantes finais do tempo regulamentar. E faltou também que mais alguém acompanhasse aquele duo que esteve em grande. No prolongamento, faltaram pernas ao JAC já que Marco Santos quase não rodou a equipa durante os 60 minutos. A Juve Lis teve os habituais problemas ofensivos, mas teve do seu lado uma excelente postura defensiva e, sobretudo, um plantel mais homogéneo que a formação de Alcanena que permitiu que várias jogadoras fossem aparecendo em diversos momentos do jogo e tivesse mais frescura física e mental para vencerem no prolongamento. Inês Silva e Ana Gante foram preponderantes na primeira linha mas, na nossa opinião, foi o ressurgimento de Mariama Sano que surpreendeu e foi decisivo, criando muitos problemas à defesa do JAC. A Juve Lis ganha assim vantagem na eliminatória e, aparentemente, tem tudo a seu favor pois tem 2 jogos em casa, caso seja necessário. Mas há que não esquecer que todos os jogos entre estas equipas têm sido muito equilibrados, pelo que nos parece que é a única eliminatória ainda verdadeiramente em aberto.

 

No Funchal, o Colégio João de Barros venceu o Sports Madeira mas o jogo foi sempre muito equilibrado, o que não surpreende já que as madeirenses em sua casa têm obtido excelentes resultados. Aliás, o jogo foi o espelho do que tem sido a época das madeirenses: Uma defesa bastante dura, um contra-ataque explorado ao máximo e Sara Gonçalves e Maria Rodrigues a concretizarem. Apesar disso, o Colégio João de Barros conseguiu “limitar os danos” em relação a Sara Gonçalves que não esteve tão inspirada como em outras ocasiões. O Colégio João de Barros sofreu para ganhar, diante de uma equipa que joga a um ritmo com o qual a formação das Meirinhas não se costuma dar bem. Mas, neste encontro, o Colégio João de Barros mostrou uma melhor recuperação defensiva do que tem sido hábito e, no ataque, Eduarda Pinheiro está a aparecer em grande neste final de época, sempre bem acompanhada por Dulce Pina que não consegue jogar mal. Pensamos que com esta vitória, o Colégio João de Barros matou a eliminatória porque o rendimento das madeirenses fora de casa é claramente inferior.

 

Em Gaia, esperava-se um jogo desequilibrado mas tal não sucedeu. O Colégio de Gaia fez talvez a melhor primeira parte da época e apresentou um trunfo de luxo: Marta Loureiro que, após alguns anos de ausência, decidiu vir ajudar o Colégio de Gaia neste mês de play-off. E, embora sem ritmo, fez um excelente jogo pois, além dos 4 golos, mostrou que continua a ser mestre na hora de fazer assistências. Mas a grande figura do Colégio de Gaia foi a sua guarda-redes Ana Rita Costa que fez a sua melhor exibição da temporada e, sobretudo na primeira parte, fez com que o Colégio de Gaia mantivesse o jogo equilibrado. No ataque, Helena Soares esteve ao seu nível e Vanessa Silva, apesar dos 6 golos, esteve uns furos abaixo do que lhe é habitual. O Colégio fez um bom jogo defensivo (ofensivamente, a equipa teve sempre muitos problemas) e o resultado final de 7 golos de diferença surgiu sobretudo nos últimos 20 minutos quando começaram a faltar penas às jogadoras de Gaia para impedir os contra-ataques do Madeira Sad. O Madeira Sad triunfou com mais dificuldades do que o esperado e apresentou-se neste jogo sem Ana Andrade e com Ana Correia que, devido a questões profissionais, quase não tem jogado esta época e fez uma boa exibição. Num jogo em que as madeirenses estiveram uns furos abaixo do que é habitual, salvou-se a sua habitual eficácia defensiva e o bom jogo de Soraia Lopes que, sobretudo na primeira parte, foi segurando o encontro. Com este resultado, só um milagre impedirá o Madeira Sad de seguir em frente.

 

Em Maia jogou-se o encontro mais desequilibrado desta primeira ronda. O Alavarium apresentou-se sem Mariana Lopes e com Ana Seabra que não saiu do banco o jogo inteiro, aparentemente também por lesão. Ao que apurámos, a época terminou para Mariana Lopes, o que pode ser um duro revés nas ambições das aveirenses. Mas nem essas duas ausências de peso impediram as aveirenses de esmagar o Maiastars, fruto da exibição inspirada de Ana Marques, autêntica seta apontada à baliza adversária e das atiradoras Cláudia Correia e Rita Alves em noite muito inspirada. Mas foi o forte muro defensivo aveirense que foi fundamental para a vitória de uma equipa que animicamente parece muito forte. O Maiastars não era, naturalmente, favorito nesta eliminatória, mas face às ausências aveirenses esperava-se outra prestação da equipa de José Carlos Ribas que, ofensivamente, nunca conseguiu encontrar a melhor forma de chegar ao golo, apesar da boa exibição das suas pontas: Ana Sampaio e Ana Silva. Com este resultado, a eliminatória está praticamente sentenciada, pois a jogar em casa o Alavarium é claramente favorito.

 

Começou também a disputar-se o Grupo B para apurar quais as 2 equipas que vão descer de divisão. O Santa Joana conseguiu o seu segundo triunfo da época, vencendo o Passos Manuel e, com esta vitória, conseguindo colocar-se nas contas pela sobrevivência. A equipa da Maia fez, provavelmente, o melhor jogo da época em termos ofensivos. Marlene Pinto e Mariana Regadas estiveram muito bem na hora de rematar à baliza e o Santa Joana fez um jogo quase irrepreensível em termos ofensivos. Com esta vitória, o Santa Joana consegue recuperar boa parte da desvantagem pontual que partiu e colocar-se em condições de discutir a permanência. Ainda assim, continuamos a considerar que fará parte de uma das 2 equipas que descerão de divisão. O Passos Manuel foi um verdadeiro desastre defensivo, contrariando tudo aquilo que vinha mostrando nos últimos meses. A equipa nunca conseguiu parar as atiradoras contrárias e, apesar de mais um excelente jogo de Carolina Santos, bem acompanhada por Fátima Suaré, quando não se defende é impossível ganhar-se jogos.

 

Em Leça, outra surpresa, com a Juve Mar a conseguir um importante triunfo. E, se calhar, começa a não ser tanta surpresa, já que a Juve Mar foi a equipa que partiu com mais pontos acumulados para esta fase. A Juve Mar esteve muito consistente a defender e a atacar assistimos ao melhor jogo da época de Sandra Peixoto que, após a sua lesão, ainda não tinha feito um jogo de encher o olho. Teresa Santos, apesar de alguns momentos menos felizes, apareceu em momentos muito importantes e a Juve Mar, com esta vitória, é o grande favorito à fuga à despromoção e a prova de que com trabalho se consegue alcançar algo que outros com melhor plantel não possuem. O Cale perde o jogo e volta a desiludir numa época para esquecer. E nem o grande jogo de Joana Borges, bem acompanhada por Sofia Mota (a mais regular durante a época) salvou uma equipa que pareceu sempre muito pouco criativa na hora de atacar a defesa da Juve Mar. O Cale vai ter que lutar até ao final pela manutenção, algo que parecia impensável no início da época.

 

Críticos Femininos