Crónica de Fim de Semana No Feminino – 31 – 2010 / 2011

Crónica exclusivamente dedicada ao Feminino, Fase Final.

GIL EANES CAMPEÃO NACIONAL

PO09 – Campeonato Nacional da 1.ª Divisão Seniores Femininos.

Fase Final - Resultados

12.ª Jornada

Alavarium 23 - 26 Colégio Gaia

João Barros 24 - 21 Juventude Mar

Gil Eanes 27 - 23 Madeira SAD

Juventude Lis 25 - 17 Académico FC

A jornada deste fim-de-semana decidiu praticamente tudo o que havia para decidir. O Gil Eanes, com a vitória sobre o Madeira Sad assegurou, matematicamente, a revalidação de um título que já era esperado há algumas semanas. A Juve Lis, com a sua vitória deste fim-de-semana frente ao Académico e a derrota do Alavarium praticamente garantiu o 4º lugar, enquanto o clube aveirense, apesar da derrota caseira frente ao Colégio de Gaia garante praticamente o 5º lugar, a menos que algum escândalo acontecesse na deslocação do Colégio de Gaia à Madeira.

Mas comecemos pelo jogo do título. O Gil Eanes venceu o Madeira Sad e, se dúvidas houvesse sobre a justeza do título, mais uma vitória das algarvias ajudou a dissipar todas essas dúvidas. Mas foi um triunfo muito suado. Na primeira parte, as madeirenses fizeram uma gradne exibição, com um ritmo ofensivo do melhor que vimos esta época, com as suas pontas muito eficazes no contra-ataque e com uma regressada Juliana Sousa a tentar voltar á sua melhor forma. Contudo, como já começa a ser hábito nesta época, as madeirenses eclipsaram-se na segunda parte, marcando apenas 6 golos! Duarte Freitas queria mostrar, vencendo as algarvias, que não eram inferiores às campeãs nacionais mas tal não sucedeu. Curiosamente, as madeirenses têm a chave das competições europeias na mão, uma vez que vão defrontar as duas equipas que estão a lutar pelo 5º lugar.

Quanto ao Gil Eanes, mostrou porque merecem revalidar o título nacional. Apesar de andarem a correr atrás do resultado, a equipa pareceu sempre mostrar que acreditava nessa reviravolta e fez uma segunda parte defensiva absolutamente irrepreensível. A jovem Soraia Lopes esteve em bom plano mas o grande destaque vai para uma Dulce Pina que fez um campeonato de uma regularidade espantosa, quer defensiva quer ofensivamente. Mas o grande segredo desta equipa não são as suas individualidades, mas o seu espírito colectivo e na hora de mais um título, é justo destacar João Florêncio por mais um grande resultado na sua carreira e por provar, uma vez mais, que é um dos melhores treinadores do andebol português. Muitas vezes se ignoram os dirigentes nestas horas dos louros, mas destacamos os dirigentes do Gil Eanes por, desde há 2 anos para cá, investirem em treinadores de qualidade, mostrando que é esse o caminho do sucesso. O título ficou bem entregue.

Em Aveiro, o Colégio de Gaia deu um pontapé na crise e vencer o Alavarium. Foi um jogo equilibrado de início ao fim, com o resultado a decidir-se nos minutos finais em que a maior experiência do Colégio de Gaia veio ao de cima. Andreia Ramos e Helena Soares fizeram uma excelente exibição numa equipa que revelou maior espírito colectivo do que tem revelado nos últimos tempos. Apesar da excelente vitória, para conseguir um lugar europeu, o Colégio de Gaia precisa de ir vencer ao Funchal no próximo fim-de-semana, algo que parece impossível face à actual diferença de qualidade das duas equipas. O Alavarium fez um jogo abaixo daquilo que tem feito na fase final e faltou alguma serenidade nos últimos minutos, num jogo entre duas equipas que nos parecem muito equilibradas, embora em rotas históricas diferentes, uma em ascensão, a outra em queda.

Em Pombal, o Colégio João de Barros efectuou uma das exibições mais pobres do ano. Provavelmente, já em descompressão com o seu terceiro lugar definido, a formação de Paulo Félix apresentou-se muito lenta e o treinador também aproveitou para rodar muito as suas jogadoras. Contudo, a qualidade da equipa chegou para vencer uma Juve Mar que, apesar de apenas ter uma vitória nesta fase final, acaba sempre por conseguir fazer jogos equilibrados. A formação de Paulo Martins poderá nunca ser uma equipa de topo, mas apesar dos poucos pontos, através dos jogos equilibrados contra as melhores equipas tem provado merecer estar nesta fase final. Mas é evidente que a equipa tem que conseguir ser mais do que o triunvirato Teresa Santos/Andreia Escrivães/Sandra Peixoto. Enquanto isso não acontecer, nunca poderá dar o salto.

Finalmente, em Leiria, a Juve Lis venceu o Académico do Porto Aproveitando a ausência de jogadoras muito importantes nas leirienses (Inês Silva, Gizelle Carvalho, Inês Calhelhas e Tatiana Góis participaram na fase intermédia do Nacional de Juniores), as academistas realizaram uma boa primeira parte, chegando ao intervalo a perder por apenas 2 golos, com Joana Oliveira muito eficaz na marcação dos livres de sete metros e na exploração dos buracos da defensiva leiriense. Contudo, na segunda parte, o já habitual apagão físico de uma equipa que não consegue ter a preparação física adequada para este nível e a Juve Lis acabou por não desperdiçar a oportunidade, apertando a defesa e conseguindo, através de jogadoras que têm estado mais discretas esta época ( Telma Amado, Rita Chaves e Diana Pereira) vencer e praticamente assegurar o 4º lugar. André Afra fez um excelente trabalho e merece ser reconhecido por isso mas, uma vez mais, a ganhar por 8 golos, pede um desconto de tempo a poucos segundos do final. Tem direito a isso? Tem. E mesmo sabendo que vamos sofrer comentários pouco abonatórios a esta crónica, num campeonato espanhol, por exemplo, ou na PO1 portuguesa, atitudes deste género, completamente vexatórias para o adversário, custariam uma enorme assobiadela. Mesmo no seu próprio pavilhão.

Críticos Femininos