Crónica de Fim de Semana No Feminino – 07 – 2011 / 2012

Crónica exclusivamente dedicada ao Feminino.

PO09 – Campeonato Nacional da 1.ª Divisão Seniores Femininos.

Resultados

Zona 1 - 6.ª Jornada Maiastars "A" 15 - 39 Madeira SAD
Almeida Garrett 19 - 42 CS Madeira Zona 2 - 6.ª Jornada CA Leça 37 - 27 Académico FC João Barros 33 - 19 Santa Joana Zona 3 - 6.ª Jornada
Alpendorada 21 - 28 Juventude Mar Juventude Lis 22 - 22 Maiastars "B" Zona 4 - 6.ª Jornada
Salgueiros 08 20 - 29 Colégio Gaia Alavarium 34 - 21 São Bernardo Zona 5 - 6.ª Jornada JAC - Alcanena 30 - 24 Passos Manuel Gil Eanes 54 - 20 Porto Salvo

Chegou ao final a 1ª fase do campeonato e é tempo de fazer o balanço. Hoje iremos falar das equipas que não se apuraram e deixaremos para a próxima crónica uma análise bem mais detalhada às equipas apuradas para a fase final, falando dos treinadores e das estrelas das equipas.

Antes disso, há que dar os parabéns às duas últimas equipas classificadas para a fase final: O Cale (já esperado) que cumpriu a sua obrigação e venceu o Académico sem grandes problemas e o Maiastars que calou os críticos (nós incluídos) e conquistou em cima da meta um lugar na fase final com um sensacional empate arrancado nos segundos finais no reduto da Juve Lis, comemorado efusivamente pelas jogadoras da Maia.

Vamos então ao balanço das equipas que ficaram de fora da fase final:

Porto Salvo: Pensamos que as expectativas criadas em torno desta equipa eram exageradas. Contrataram uma boa treinadora, Sónia Araújo, mas o plantel continua a ser bastante fraco. Inês Santos é um bom reforço mas não é uma jogadora capaz de desequilibrar. O regresso de Paula Malcato tem sido proveitoso com boas exibições. A equipa tem vindo a subir de forma, o que não é de estranhar face ao maior entrosamento das novas jogadoras e também ao trabalho de Sónia Araújo. Pensamos que é uma equipa em crescendo mas com ambições limitadas já que o plantel é apenas mediano.

Passos Manuel: Um clube marcado pelas dificuldades de treino em função da questão do pavilhão. Apesar disso, esperávamos mais desta equipa que tem um dos jogos mais velozes do campeonato. Infelizmente, a sua postura defensiva avançada no campo não é agressiva e é das defesas mais débeis do campeonato, o que marca claramente a razão do seu não apuramento para a fase final. Andreia Paulo está a fazer uma época abaixo das anteriores e Cátia Santos voltou a fazer uma grande época. Uma época que fica marcada pela saída da sua melhor jogadora, Fátima Suaré e pelo aparecimento de dois jovens talentos: Joana Pereira e Carolina Santos. Esperemos que o Passos Manuel resolva a questão do pavilhão pois continua a ser um excelente viveiro de jogadoras.

São Bernardo: Uma época muito fraca de um clube que não consegue ter no feminino o mesmo sucesso que tem nos masculinos. Rui Liberato que fez óptimos trabalhos no masculino, não consegue ter sucesso no andebol feminino, não mantendo a exigência. Já se sabia que a equipa não tinha argumentos para ir a uma fase final mas as derrotas foram esmagadoras, tendo sido inclusivamente goleado em casa pelo Salgueiros. Ana Araújo é o único destaque desta equipa mas mesmo esta parece estar a descer de produção, não dando o salto que se esperava. Uma época desastrosa para este clube de Aveiro.

Salgueiros: A maior parte das jogadoras recebeu em festa a notícia de que Paulo Dias abandonava o comando do Salgueiros após alguns anos à frente da equipa. Mas esta época está a correr dentro das anteriores quanto a resultados. No entanto, esta segunda volta foi bastante melhor, a equipa fez um excelente jogo diante do Alavarium e esmagou o São Bernardo e nota-se que as jogadoras mais jovens começam a integrar-se a sério na equipa, sobretudo Soraia Lusquinhos que começa a afirmar-se no andebol sénior. Diana Pereira continua a ser outra das referências da equipa que este ano preocupa-se mais em jogar andebol do que com os árbitros e isso é uma mudança que poderá render frutos.

Juve Mar: Uma meia surpresa esta eliminação da Juve Mar, pois esteve sempre em luta directa com o Maiastars mas o empate desta equipa na Juve Lis trocou as voltas à formação de São Bartolomeu do Mar. A derrota em casa com o Maiastars acabou por ser fatal a uma equipa com um jogo muito oleado pelo facto de se conhecerem há bastante tempo mas cujos conceitos tácticos pararam no tempo. Uma equipa que faz muito pouco contra-ataque que joga um andebol muito mastigado que já não se usa. Jogadoras como Sandra Peixoto, Andreia Escrivães ou Teresa Sá têm andebol para jogar a outro nível e poderem dar o salto competitivo. A Juve Mar também é traída por não ter uma guarda-redes à altura. Paulo Martins, um dos técnicos mais polémicos do andebol português, deve aproveitar para repensar toda a filosofia de uma equipa que, em vez de evoluir, tem regredido.

Alpendorada: É difícil fazer uma análise desta equipa. Alternam jogos muito interessantes com outros muito fracos, numa irregularidade própria de uma equipa muito jovem mas também numa grande diferença de prestação entre os jogos fora e os jogos em casa. Fora são uma equipa frágil e amedrontada, enquanto em casa jogam com uma garra e agressividade completamente diferente. Com alguns problemas físicos, Catarina Luis tem feito uma época muito abaixo do ano passado, mas Catarina Pinheiro tem aguentado o barco, numa equipa muito jovem mas onde o mais preocupante é o facto de, mesmo com o alargamento do escalão sénior, não conseguirem ter um número razoável de jogadoras.

Santa Joana: A grande desilusão deste campeonato. Apostou na aquisição de jogadoras de grande qualidade como Maria Dominges ou Marlene Pinto e o seu treinador desde longe apontou as competições europeias como meta mas acabaram na 2ª Divisão? Dois factores nos parecem ter contribuído para isso. Por um lado, um Mariana Regadas bem abaixo do que já mostrou mas, sobretudo, um comando técnico sem grande sentido. Miguel Solha foi um excelente jogador mas não está à altura como treinador. Escolhas muito duvidosas para jogar na primeira linha, a não aposta na Guarda-redes Rita Monteiro e uma equipa com uma desorganização ofensiva que já não se usa fizeram com que o impossível tenha acontecido: O Santa Joana voltou à 2ª Divisão Nacional. Será de estranhar que agora não subam de divisão mas, se isso não acontecer, parece-nos que a primeira cabeça a rolar será a de Miguel Solha. Se já não acontecer antes?

Académico do Porto: Não conseguiu repetir a presença na fase final do ano passado e isso não foi nenhuma surpresa. A equipa perdeu 3 das suas melhores jogadoras e nunca conseguiu encaixar as novas jogadoras. Quando Ana Moreira e Cristina Fernandes começavam a integrar-se na equipa e a render, tiveram problemas disciplinares que as levaram à exclusão das mesmas. A recente integração de Filipa Correia vem dar outra organização à equipa que viu este ano destacar-se a veterana Patrícia Gilvaia, a fazer a sua melhor época dos últimos anos.

Almeida Garrett: Já começa a ser hábito, nos últimos anos, o Almeida Garrett ter que reconstruir a sua equipa. Este ano ainda foi mais complicado, devido à autêntica razia que sofreu com a maioria das suas jovens jogadoras a acompanharem o seu treinador Miguel Durães na viagem até ao Maiastars. Se a equipa já era jovem tornou-se ainda mais jovem. Jovem demais, diríamos nós. Destaque para Cristiana Brito que está a confirmar as excelentes indicações que deu na segunda metade da época passada.

Maiastars A: De A, esta equipa nada tem. Uma equipa muito fraca que não honra os pergaminhos do clube da Maia. Não compreendemos sequer a existência desta equipa. Para que foi o Maiastars buscar inúmeras jogadoras de qualidade duvidosa, dizendo depois que tinha jogadoras a mais? Salva-se Cátia Prata, uma excelente jogadora que José Carlos Ribas já se deve ter arrependido de não ter colocado na melhor equipa do Maiastars?

Dentro em breve, aprofundaremos a análise das 10 melhores equipas portuguesas.

Críticos Femininos