Crónica exclusivamente dedicada ao Feminino.
Resultados
Zona Sul
15.ª Jornada
Madeira SAD 26 - 34 Gil Eanes
CS Madeira 34 - 9 SIR 1.º Maio
Assomada 21 - 29 Juventude Lis
João Barros 34 - 27 Passos Manuel
Porto Salvo 37 - 13 AC. Coimbra
16.ª Jornada
Madeira SAD 42 – 7 SIR 1.º Maio
CS Madeira 33 – 47 Gil Eanes
Juventude Lis 28 – 12 Porto Salvo
Zona Norte
22.ª Jornada
Académico FC 33 - 21 Santa Isabel
CA Leça 28 - 21 Salgueiros 08
Juventude Mar 39 - 25 São Bernardo
Alpendorada 38 - 28 CD Palmilheira
Almeida Garrett 25 - 29 Alavarium
Colégio Gaia 35 - 32 Santa Joana
23.ª Jornada
São Bernardo 21 – 28 Colégio Gaia
Antes de iniciarmos a análise desta semana, gostaríamos de responder às críticas que nos acusam de, nas últimas semanas, apenas falarmos das melhores equipas. Não somos insensíveis às críticas mas é importante referir que, quando há jornadas duplas, é impossível falarmos dos jogos todos e temos optado pelos jogos mais importantes. Penso que tem sido reconhecido o trabalho que temos feito na cobertura do Campeonato Feminino mas não nos exijam o céu…
No resumo da jornada deste fim-de-semana, incluiremos dois jogos que se realizaram na paragem do passado fim-de-semana e que foram jogos importantes. Comecemos pela Zona Sul onde houve resultados verdadeiramente surpreendentes.
No fim-de-semana passado, o Colégio João de Barros venceu, sensacionalmente, o Gil Eanes. A equipa de Paulo Félix comandou o marcador desde o primeiro minuto, conseguiu uma vantagem confortável e soube fazer a gestão desse resultado, algo em que a equipa tem falhado neste género de confrontos. Além disso, teve uma Guarda-redes (Bárbara Teixeira) em dia inspirado, ajudado por uma defesa que voltou à intensidade demonstrada no início de época. No Gil, apenas Vera Lopes esteve ao nível do costume e pareceram sempre intranquilas com o espectro da derrota. Veremos que influência tem esta vitória do Colégio João de Barros no acreditar que se podem intrometer na luta pelo título.
Mas depois desta surpreendente derrota, o Gil Eanes deslocou-se à Madeira e obteve duas grandes vitórias! O grande jogo decorreu no Sábado, com a vitória perante o Madeira Sad. Depois das madeirenses terem ganho inequivocamente a Supertaça, esperava-se que conseguissem repetir a vitória perante o seu público e a primeira parte até parecia indiciar isso mesmo já que a equipa de Duarte Freitas liderava por 4 ao intervalo. Mas, na segunda parte, houve um autêntico apagão madeirense e o Gil finalmente conseguiu estabelecer uma boa relação com a sua fortíssima pivot Tânia Afonseca que ninguém conseguiu parar. Além disso, Vera Lopes parece estar de regresso ao seu melhor e o Gil conseguiu uma grande vitória, perante uma SAD que, mal se viu ultrapassada no marcador, pareceu não ter conseguido reagir animicamente.
No dia seguinte, o Gil defrontou o Sports Madeira e a jovem formação madeirense teve um início fortíssimo, liderando por 4 golos, mas depois não consegue defender e viu o Gil fazer uma das coisas que mais gosta: Contra-ataque. O Sports Madeira tem muito valor e teve a sua “veterana” Sara Gonçalves em grande forma mas se quer ir ganhar a Leiria e assegurar a última vaga na fase final tem que pensar em defender mais… Já no Gil, quando há campo pela frente para Ana Seabra correr, ela não perdoa e 15 golos são a prova disso mesmo.
O grande adversário do Sports Madeira na luta pela qualificação, a Juve Lis, cumpriu o seu papel. No Sábado fez uma fraca exibição e só na segunda parte conseguiu ganhar vantagem, fruto de uma atitude defensiva que já começa a ser hábito. O jogo saiu mais difícil também por mérito de um Assomada que tem vindo a crescer e que pode vir a ser uma equipa de futuro se conseguir ir segurando os seus jovens talentos como Edna Oliveira e que com a ajuda da experiente Maria Pina está a subir de produção. No domingo, a Juve Lis teve um jogo sem história perante um Porto Salvo em que apenas Joana Silva se salvou. Porto Salvo que, na véspera, bateu sem dificuldades uma Académica que se apresentou apenas com 9 jogadoras. Efeito da época de exames? Joana Silva voltou a mostrar que está, de facto, em grande forma.
Quanto ao Sir 1º de Maio, um fim de semana na Madeira que já se sabia difícil e que se confirmou. É pena ver um clube que vinha a formar bons talentos ver a sua equipa sénior com tão pouca competitividade, mas a Juve Lis acabou por ir pescar bons peixes a estas águas. Finalmente, o Colégio João de Barros, depois da sensacional vitória da semana anterior, realizou um jogo horrível diante do Passos Manuel, sem qualquer atitude defensiva e só na segunda parte resolveu o jogo. Este Passos Manuel continua a agradar e quando dão espaço ás suas atirados Maria Suaré e Carolina Santos tornam-se uma equipa muito perigosa.
A Zona Norte também teve um jogo realizado no fim-de-semana da paragem. O Colégio de Gaia venceu dificilmente na Maia e parece ter pegado a moda de dar uma parte de avanço. O Maiastars liderava ao intervalo com a ajuda de mais uma grande exibição de Ana Pereira que começa mesmo a afirmar-se na competição e jovens com esta envergadura são uma raridade em Portugal. Mas, na segunda parte, o Colégio acelerou e conseguiu vencer um jogo que esteve complicado, com uma Andreia Ramos que está a subir de nível e a fazer jogar uma equipa que, com Vanessa Silva, ficou com muito mais soluções.
Colégio de Gaia que, neste Sábado venceu com maior dificuldade do que o esperado o Santa Joana. As líderes da zona Norte nunca conseguiram travar a ligação entre a primeira linha do Santa Joana e a sua pivot. O Santa Joana fez uma das suas melhores exibições dos últimos meses mas não chegou para bater um Colégio que parece algo cansado. Aliás, essa mesma sensação deu em São Bernardo quando, no Domingo, ganharam numa pálida exibição. Não nos podemos esquecer que, por força dos compromissos europeus e da Supertaça, a formação de Paula Castro tem andado a fazer jornadas duplas em todo o mês de Janeiro e isso tem os seus custos. O São Bernardo voltou a mostrar progressos e, nas últimas jornadas, tem obtido exibições e resultados mais consentâneos com as expectativas iniciais.
Na véspera, o São Bernardo tinha perdido no recinto da Juve Mar por números dilatados mas a primeira parte foi de grande equilíbrio com a esquerdina Ana Arede em destaque. No entanto, na segunda parte a maior qualidade e ritmo de jogo da Juve Mar veio ao de cima, com Andreia Escrivães em grande destaque e com o aparecimento de uma jovem que vem conquistando cada vez mais minutos de jogo na formação de Paulo Martins: Ana Couto.
Um Alavarium com uma exibição q.b. venceu no recinto do Almeida Garrett. O duo Cláudia Correia e Filipa Fontes chegou para vencerem um Almeida Garrett que continua a surpreender. Já o ano passado, depois de muitas saídas, conseguiu reinventar soluções e fazer um excelente campeonato e este ano as coisas não estão muito diferentes. É bom vermos aparecer jovens como Cristiana Brito, Cátia Prata ou Sofia Gomes a jogarem nas seniores e a baterem-se de igual para igual com as melhores equipas.
O Alpendorada venceu tranquilamente um Palmilheira que continua a arrastar-se, época atrás de época, enquanto o Cale – Salgueiros mostra por que é que defendemos que o escalão de juniores devia acabar no feminino. Além da competição ser muito pouco interessante, são as equipas juniores que alimentam muitas equipas seniores e quando não podem ser utilizadas, o banco das equipas seniores reduz-se a 2 ou 3 jogadoras. Quanto ao jogo em si, boa réplica do Salgueiros em toda a primeira parte mas, como vem sendo hábito, uma segunda parte onde a falta de treino vem ao de cima, aproveitando o Cale para vencer, mas muito longe daquela equipa que nos entusiasmou na primeira volta do campeonato. Destaque para Ana Osório que mostra um talento nato para o jogo, apesar das suas limitações em termos de envergadura.
Por último, o Académico venceu tranquilamente o Santa Isabel que já tem tido bastantes jogadoras lesionadas e com a ausência de Marlene Pinto torna-se uma equipa perfeitamente banal e o Académico aproveitou para vencer, com Joana Oliveira e Isabel Oliveira em bom destaque. Notou-se alguma ansiedade nas jogadoras da casa na primeira parte mas depois libertaram-se e mostraram a sua natural supremacia, perante um Santa Isabel que, sem ovos não pode fazer omoletas e em que, no futuro, deverá repensar a situação de ter uma jogadora-treinadora uma vez que não é benéfico para a equipa, já que nem consegue render como jogadora nem está em condições de ter o discernimento para orientar a equipa.
Com 6 equipas apuradas para a fase final, a grande expectativa para estas últimas 3 jornadas é a guerra Maiastars/Juve Mar a Norte e Sports Madeira/Juve Lis a Sul.
Críticos Femininos