Crónica relativa à 5.ª Jornada. Reforçamos os nossos lamentos, de mais uma vez a falta de respeito da FAP, e a total desregulamentação, que permite a existência de transmissões directas, em simultâneo com a realização de jogos da mesma prova.
PO01 – Campeonato Nacional da 1.ª Divisão Seniores Masculinos.
5.ª Jornada – Resultados
Xico Andebol 22 – 24 Sporting
Belenenses 27 – 33 FC Porto
São Bernardo 34 – 30 SC Horte
ABC 32 – 20 AC Fafe
Ismai 23 – 34 Águas Santas
Benfica 25 – 27 Madeira SAD
Jornada com alguns jogos interessantes, como o clássico Belenenses / FC Porto, que terminou com a vitória indiscutível dos azuis do norte, e do Benfica / Madeira SAD , qu terminou com a sensacional vitória dos Madeirenses. O ABC, terminou com a sua série negativa (3 derrotas consecutivas), e venceu num Derby Minhoto o AC Fafe ( na nossa opinião uma das formações mais fracas do Campeonato ), num encontro em que comandou do primeiro ao ultimo minuto de jogo, e com o seu contra ataque a funcionar em pleno (10 golos em 12 acções), e onde Fábio Vidrago esteve em dia sim com 100% de eficácia ( 7 golos em 7 acções ), e onde se destaque a boa exibição de Humberto Gomes (49% de eficácia), No Fafe, Luís Nunes apesar de ter sido o melhor marcador da sua equipa com 4 golos, esteve bastante abaixou do pode produzir. Em Aveiro, o São Bernardo obteve a sua primeira vitória, num jogo sempre equilibrado, onde as sucessivas situações de igualdade se repetiam até aos cinco minutos finais (30-30), onde os Aveirenses fizeram um parcial de 4/0, e construíram o resultado final. A desqualificação de Afonso Almeida aos 58 minutos também foi determinante, pois o Horta na prática jogou os últimos minutos com menos um jogador de campo, destaque no São Bernardo para o seu pivot Gonçalo Carvalho com 9 golos em 10 acções, e no SC Horta mais uma vez Yuriy Kostetsky (11 golos), foi a sua principal figura. Em Guimarães, diante um Xico Andebol, que luta pela “sobrevivência” a equipa do Sporting, fez uma exibição a rondar a “pobreza”, tal a forma como se apresentaram na disputa do mesmo, enquanto de um lado se assistia a uma entrega total, de determinação e garra, do outro a apatia. Assistiu-se em termos de resultado a um jogo sempre equilibrado, de tal forma que ao intervalo a equipa de Lisboa vencia por um golo de diferença (10-9), mas com 0% de eficácia na 1.ª linha, isto é um dado relevante do que se estava a passar em campo. Nos segundos 30 minutos não se alterou grande coisa, estando o Sporting, sem marcar 7 minutos (desde o minuto 41 até ao minuto 48), chagando o Xico a assumir o comando do marcador aos 49 minutos (18-17), sendo o Time Out solicitado pela equipa de Lisboa, providencial, no entanto a vitória só seria concretizada nos últimos 3 minutos. No Sporting o único destaque pela positiva vai para o Romeno Daniel Muresan (9 golos). No Xico Andebol além de André Caldas (8 golos), destaca-se o comportamento colectivo. No duelo Maiato, o equilíbrio durou apenas 5 minutos (3-3), a partir daqui a equipa do Águas Santas instalou-se na frente do marcador, para não mais o largar e ir dilatando a vantagem, atingindo o intervalo na frente do marcador por 18-11. Foi um jogo em que o número de falhas técnicas atingiu números impensáveis (25 para o Ismai e 19 para o Águas Santas). O Águas Santas comanda isolado a classificação, com 14 pontos, e é a única sem equipa que ainda não averbou nenhuma derrota.
Belenenses 27 – 33 FC Porto
Jogo disputado num pavilhão que normalmente se encontra bem composto de público, em especial no apoio á equipa da casa, mas que desta vez não tinha a moldura humana esperada. Foi equilibrado durante os 30 minutos iniciais, com a equipa de Belém a cometer poucos erros defensivos, e com o FC Porto a cometer erros defensivos que normalmente não comete, chagando-se ao intervalo com os azuis do norte na frente do marcador pela diferença mínima (14-13). O FC Porto entrou nos segundos 30 minutos com outra atitude e rapidamente alargou a sua vantagem, para 4 golos (17-13) aos 34 minutos, com Tiago Rocha e Pedro Spínola em grande destaque, a equipa de Belém falha livres de 7 metros em momentos cruciais do jogo (3 no total). O jovem Davide Carvalho, ainda coloca o resultado em apenas 3 golos de diferença as 56 minutos (28-25) a favor do FC Porto), com 3 golos de ataque rápido, mas aqui acabou a réplica do Belenenses, com falhas técnicas imperdoáveis nos minutos finais. Na equipa de Belém, excelentes actuações de Ruben Pacheco (8 golos) e de Tiago Fonseca (5 golos), este não só pelo que marcou mas pelo que defendeu e pela garra e determinação com que jogou. No FC Porto, que nos minutos finais fez uma completa gestão do jogo, a grande figura da equipa, e também do jogo foi sem dúvida nenhuma Tiago Rocha (10 golos), bem acompanhado pelo já referido Pedro Spínola e por Gilberto Duarte, ambos com 6 golos. Encontro dirigido pela dupla Lisboeta Tiago Monteiro / António Trinca, que estiveram bem melhor do que esperávamos, com um critério bem definido nos 7 metros, na aplicação da Sansão Progressiva.
Uma última palavra, para o excesso de intervencionismo do delegado ao jogo, que apenas prejudicam as equipas de arbitragem, quando na realidade as suas funções é precisamente o contrário, facilitar o trabalho dos árbitros.
Os OCS de hoje, fazem menção a um possível erro técnico, que terá sido protagonizado pela mesa de cronometragem a ordens do delegado ao jogo, efectivamente existe uma intervenção do delegado que dá origem a uma exclusão, mas a quem está na bancada do lado dos bancos, como foi o nosso caso é impossível, estabelecer um juízo de valor, pelo que não faremos qualquer comentário sobre esta situação.
Benfica 25 – 27 Madeira SAD
Jogo disputado no pavilhão da Luz, com pouco publico, e que começou e terminou mal para a equipa da casa que aos 4 minutos já perdia por 3-1, e que nunca se recompôs, notando-se nitidamente a falta e Cláudio Pedroso, já que em termos de guarda-redes Ricardo Candeias, vai correspondendo, mas necessita de uma alternativa válida, para manter a total concentração. O Madeira SAD comandou quase sempre o marcador, com o Benfica, apenas uma vez a passar pelo comando do marcador, estavam decorridos cerca de 50 minutos de jogo (22-21), para imediatamente a situação ser revertida, e os Madeirenses regressarem ao comando do marcador até final, com tempo ainda para Carlos Carneiro falhar a execução de um livre de 7 metros a 25 segundos do fim. O Benfica iniciou o jogo a defender mal, e com graves falhas de ataque, com sucessivos maus passes e percas de bola, melhorando com o decorrer do encontro, mas sem nunca atingir os níveis exibicionistas a que o seu plantel obriga, nunca se entendendo com sistema defensivo da equipa adversária, sistema em duas linhas e suficientemente agressivo, foi um sistema que obrigou a grande concentração, e a uma boa condição física. Carlos Carneiro apesar de ter marcado 7 golos foi demasiado individualista, cometendo demasiado falhas técnicas ao ataque, por sua vez David Tavares (7 golos), foi o atleta benfiquista mais consistente e mais eficaz. O Madeira SAD, que mais uma vez funcionou muito bem como equipa, com grande eficácia no contra ataque (12 golos em 15 acções), mas Bosko Bjelanovic e João Ferraz estão longe do que podem e devem produzir, falhando em demasia, tanto em termos de passe como de remate, enquanto Gonçalo Vieira e Luís Marques, ambos com 5 golos, estiveram com uma produção bem acima dos seus colegas. Dirigiu o encontro a dupla internacional de Leiria Eurico Nicolau / Ivan Caçador, onde apenas discordamos do critério disciplinar, que por vezes foi incompressível.
Chama-se a tenção para a “rabula” da bola, onde a sua substituição ou pedido de substituição para limpeza, não se pode transformar em time out’s, para nenhuma das equipas e com o Delegado a assistir.
O Banhadas Andebol